sábado, 4 de outubro de 2008

Aconteceu...



A face oposta (um instante)



Inicialmente em repouso,
alguém me despertou para a vida
e com ela, para tudo
para sentimentos e emoções
como o sofrimento e o rancor
que me fazem tão bem.
Quero sobreviver sem sofrer.
Você tem que morrer.


Abandonado para pontos internos,
muito distantes,
por um tempo suportei,
mas esse corpo eu ainda quero,
você terá que desaparecer.
Seus amigos distantes nada farão,
aos poucos consigo seu espírito, seu coração.
Você nem percebe quem age na realidade,
quem escreve seus versos falsos;
você não sente nada, nem sabe o que dizer.
Não é verdade?

Com tantos cortes que você faz
mais forte eu consigo ser,
(você sabe; você gosta)
é apenas questão de tempo
para o meu maravilhoso renascimento.
Isso é constante, como minha força
que tem o dever de enaltecer,
a mim, não a você.

É apenas um lembrete
do consciente do inconsciente desse ser,
patético que sempre está bem,
como um doente que seus sintomas não quer admitir.
Ele está bem. Eu melhor ainda!
Até a próxima vez,
(como em poemas passados
que ninguém pode perceber)
meus queridos inimigos. Isso é recíproco?




Imagem:
Criação: Antonio Veronese