A invejosa
Enche nossos corações
de sentimentos obscuros,
de ilusões.
Não importando a quem
- tanto faz! -
aos amigos que tem.
Mas sim, a beleza
que finge ter
para viver
assim... com inveja, com tristeza.
E essa inveja
que destrói a tantos,
faz ela viver
- Eliza, não tenha espanto -
com promessas
que quando cumpridas,
algum dia,
neste dia,
vão desmoronar.
- Com inveja sim,
mas tristeza não;
deixe-me gastar
todos os meus sapatos de dança,
com meu vestido maldito - darling
o cabelo horrível.
Da miséria não estão livres,
estão todos perdidos!
Com seus olhos
vazios e manchados, fixados,
procuram absorver
nossos sonhos
no contorno da mente,
com mentiras
- não acredite, é tudo hipocrisia -
- Mas ninguém se importa,
com o que estou passando.
Brilho labial nas minhas veias injetando,
para o Paraíso alcançar,
pois absorver sonhos sem brilho
enlouquecida vou ficar.
Seus olhos mais uma vez beberam demais,
consumindo a loucura sagaz.
Suas mãos geladas dilaceram nosso coração,
com memórias que rasgam nossa carne
com dores, amores – que se renovarão.
- Me dê todas as pílulas.
Me dê todos os corações sem esperança,
fazendo-me doente como um anjo
que ao inferno cai para a vida. Para a dança.
Pelo desejo de Morte
toca nossos lábios com o beijo negro
matando com seu veneno, nosso coração traiçoeiro.
Sob o céu quebrado da cidade, persiste.
Matando como Diabo – ele, ela, aos poucos resiste.
Imagens ( respectivamente ):
Jaqueline
Criação: Picasso
Las Meninas
Criação: Picasso