domingo, 28 de setembro de 2008

Somos...



Um poeta



Ser imaginoso.

Que de sua tristeza gelada
faz brotar sonhos, verdades discriminadas.

Que de sua calorosa alma
recria a realidade,
buscando encontrar a felicidade.

Feliz é a palavra
que de sua mente sai,
procurando no papel um amor
que com o carbono se refaz,
atuando nos corações dos demais.

Que de sonhos silenciosos vive.
De criações surgidas persiste.
Como o Caos,
tudo pode destruir,
tudo pode construir,
desde rimas ricas
- o que é riqueza afinal? -
até livres ilusões vivas.

Vivendo com suas longas palavras perdidas,
seus sussurros lentos,
sem saber o que o mantém aqui.
Seria porque o mundo
não quer levar seu coração,
mente, inspiração, expiração,
deixando-o com seus sonhos
dizimados pela Razão,
a verdade dos homens,
Deuses da destruição?
Vivendo com medo da decepção,
gritando ruidosamente
por atenção, por perdão.

Atento ao som
das mais raras jóias
- as idéias -
companhias perfeitas
de sua existência periférica
que como o inferno
está em todo lugar:
na cama, no altar
em você
- por que não se acostumar? -
Atento ao caminho
que percorre constantemente
procurando não se afogar
em meio a tanta gente
que diferentemente,
implora pelas poças de sangue
dos mais nobres seres,
Simples e Carentes
que apenas querem viver
- ou ao menos tentar -
com dignidade freqüentemente.



No fim do mundo tenta alcançar
uma verdade desconhecida
que por meio de poemas
tenta expressar,
escritos ou falados
- o que importa, é eficaz! -
para seu leitor,
ouvinte ou redator,
que palavras
segredos podem revelar,
caindo a máscara da beleza fingida,
a mentira da Democracia vivida.
Poemas e palavras que caminham
em meio a sua alma
como pensamentos
que impulsionados pelo terror
- há pressa; não há calma -
querem morrer
e sonhar como os mortos,
com a vida que um dia
poderão ter
para enfim poder ocorrer
a perfeição que poucos tentam entender.
Próximo do fim
tenta retornar,
vale a pena? É possível tentar?
87 minutos tentando criar.
87 versos querendo formar.
87 palavras na escrita a chorar.
87 demônios tentando arruinar,
o que se pode chamar
de um poeta capaz
de dor e amor
perfectível tornar.






Imagens ( respectivamente ):

Ilustração de um poema
65 X 50 cm

Whirlpool of lovers (Illustration to Dante's Inferno)
Criação: William Blake

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