domingo, 28 de setembro de 2008

oP... Op... oP...



Primeiras opções


Tire a maquiagem programada,
por seus pais, por sua sociedade capitalizada.
Tire sua luva rasgada,
pela bela ilusão da manhã estudada.
Tire seu sapato furado,
pelo som da aula adulterado.
Tire seu senso de razão pensado,
pois é perigoso. Eles o pegarão, será doloroso!

Coloque o coração humano,
forjado por um Deus inescrupuloso.
Coloque o cérebro racional,
não esquecendo o sentimento nacional.
Coloque em suas veias sangue frio,
gélido como o Destino na margem do rio.
Coloque então vida injetada,
para poder ser livre. Voar em meio ao nada!

Voe, voe, voe...
Sem pressa de um dia retornar
pois no mundo que estará,
o tempo não vive, nem ao menos resiste.
Somente a morte existe
destruindo-o aos poucos
– realmente! –
com odores, com sabores
que mostram-lhe a verdade
em meio as ninfas da realidade,
para enfim poder optar.

Tire o que quer! Coloque o que quer!
Viaje para todo o Sempre,
ou retorne, se puder.
Inúmeras escolhas que tendem a brotar
em cada Ter – basta Ser!
É só um início, ou será um fim?
Está livre para a prisão ou preso na liberdade
– na decepção? –

Ventos sopram, chuva cai
como vida perdida por tiros
que nas ruas sempre se desfaz.
– Cápsulas não há mais!? –
A solução é a dor escolher,
para poder entender
o que busco promover:
Opções.




Imagem:
La Pretre Marie ( 1961 )
Criação: René Magritte

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