sexta-feira, 10 de outubro de 2008

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O seu fantasma



Enfim encontrei o amor,
algo maravilhoso, inovador,
que em meu morrer silencioso
fez despertar um pouquinho de fé,
talvez esperança,
mas não uma qualquer,
de neste instante
em um segundo perfeito,
apenas um segundo, nada mais
poder ser feliz,
perder a infância de horror.
(Você sabe. Poucos sabem.)

Nunca pensei que fosse tão difícil.
Nunca imaginei conseguir.
Nunca acreditei isso poder.
E você nem ao menos percebe,
enclausurado em suas aflições,
morrendo por seus desejos injustos
como se fosse um anjo no inferno
(neste ou no outro se quiser)
que busca sem cessar pelo Paraíso,
algo maldito, tão incerto.

Por que tem que ser assim?
Não sou merecedor de um belo fim?
Por que tem que ser assim?
Coração a chorar a todo instante,
desejos de um viver constante,
ao seu lado, ao seu lado...
esquecendo o corrupto passado,
minhas mentiras, faces frias
sendo o que realmente sou.
Apenas ao seu lado.

Sei que o maior erro é o meu,
por não possuir coragem de dizer
nem ao menos suspirar meus sentimentos
por medo de não ter você. Só você!
Seu fantasma atormenta-me todos os dias
dando-me amor à distância
sem você saber,
dando-me um ódio constante
implorando por morrer.
E você nem ao menos percebe.
Está com chuviscos ao amanhecer,
como minhas lágrimas,
tão sinceras, necessárias
por este ato de amor.




Os dias velam pelo tempo.
Os dias velam pelo tempo.
Os dias velam por mim.
E todos cairemos, todos cairemos...
Tudo cai! Tudo cai,
enquanto estou a chorar.

Eu nunca os deixarei, eu nunca os deixarei
Eu nunca os deixarei machucá-lo,
eu não consigo esquecer você.
Eu nunca os deixarei, eu nunca os deixarei
Eu nunca os deixarei machucá-lo.
Incrível ser.
Eu prometo!

E através de tudo,
espero ao menos salvar minha alma,
que assim como o seu viver
permaneça pela eternidade em plenitude.
E através de tudo,
resta pouco tempo para mais um partir,
mais um infeliz,
que sempre irá você amar,
seu sorriso, suas aflições lembrar.
Ao seu lado escutei, suportei
e não percebeu.

Tudo cai.
Bem, depois de tudo...





Imagem:
Saule pleureur
Criação: Claude Monet

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