O último dia
Em meu único coração distante
age um descontrole que insiste em viver
provocando uma dor pulsante
que me enaltece e me faz morrer.
Tal dor que engrandece e mata
é resultado de desejos reprimidos
que meu espírito guardou em uma casa
para se livrar dos cruéis sentidos.
Guardados, todos são violentados constantemente
por um mundo de horrendos sistemas
que tentam violar a casa – minha mente
para então o mal poder vencer.
Felizmente, tenho um último dia
em que de repente, do mais remoto suspiro,
quando novos desejos perseguia,
descobri uma forma de renascer.
O bem perdendo, meus antigos morrendo
para o mal por segundos viver
pois novos sonhos estão socorrendo
meu corpo que começa a falecer.
(...)
Quase podre, por muito pouco não vivi
no mundo dos vivos de sangue,
porque com toda razão persisti
para poder retornar ao globo cortante.
Os sentidos ainda insistem,
como uma chama ardente infinita,
mas meu distante possui um item
capaz de combater a vã imprimida.
(...)
Mesmo assim, parece não haver fim,
como uma disputa sagaz
em que é impossível dizer um sim
para buscar a tão sonhada paz.
Em um último dia, como meu coração
ainda e sempre age a insatisfação,
aflição da empobrecida razão.
Quando será que acabarão?
No more! O never more!
Imagens ( respectivamente ):
Skull and Cadlestick
Criação: Paul Cézanne
Jardim das delícias terrenas
Criação: Bosch
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