A cidade Maria
Vrum! Vrum! Vrum!
Itsit! Itsit! Rápido.
Tisti! Tisti! Parado.
Quer morrer garoto, atropelado?
Quanta velocidade pelas ruas
de um centro de zumbis em uma lamúria
que caminham aprisionados em armaduras,
quando não acorrentados em amargura.
Brem! Brem! Brem!
Sinos tocando sem ritmo,
Uiu! Uiu! Uiu!
Como a ambulância e o seu apito; cadê o fuzil?
Perde-se a chave, mas não o calor
que a multidão sem dor, além daquele frade
dão-me ao olhar com pudor.
Vrum! Vrum! Vrum!
Quer morrer sim garoto, atropelado como um porco.
– Sim! Mas como um cão,
de colarinho branco, charuto e quinhão,
estripado na face da população.
Venha! Mergulhe na ilusão,
como 10 centavos em minha mão,
livre! Vive! Brem!
Imagem:
Nos Confins da Cidade Muda (Homenagem a Man Ray) (1984)
Criação: Jorge Guinle Filho
Técnica: óleo sobre tela
190,5 x 260 cm
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