quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O último...





Mais uma vez




... E nos momentos de prazer
éramos um só:
eu todo pra você, você pra mim.
Enquanto nos outros, os poucos que havia
é como se nada, nada existisse.
Mas as coisas, depois de um tempo,
não continuaram assim.
E quem chorou, quem sofreu
foi alguém que queria apenas o seu amor.
E quem tentou resistir, aceitar
foi alguém que desejava um pouco de atenção.
E então, um perfurante “Não”
que irrompeu pelos meus sentidos...
“Você não é um velho, é tão jovem,
outro seus sentimentos encontrarão.”
Mas mesmo assim, não consigo muito entender
como acabar com tudo que se sente,
como acabar com tudo que se acredita?
“Vamos tentar só mais uma vez,
eu ainda amo você.”
Ás vezes penso: eu te amei? Você me amou?
Desesperado, caído no chão daquele quarto
em que fomos tão felizes (eu fui) fiquei
querendo você, querendo você, querendo prazer.
Talvez esse foi o erro: apenas prazer.
Mas de quem é a culpa
disso e dessa realidade confusa?
Não sei. Cansei.
Por quê? Por que tinha que ser dessa forma?
Um romance de tanta intensidade,
mas que acabou, acabou.
E quem perdeu, quem mais uma vez morreu
fui eu. Eu.







Imagem:
Amantes ao luar
Criação: Marc Chagall

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