domingo, 12 de julho de 2009

Cortinas...




Pequenas coisas



Às vezes eu me encontro sentado e lembrando
da maneira como nos conhecemos.
Quando nos vimos pela primeira vez foi esquisito
você normal, eu com aquele sentimento de defesa intrínseco,
mas que logo amenizou
quando para caminhar e conversar convidou-me. O vento soprou.
(As cortinas balançam)
Pensei: “Ele merece atenção”. Dei atenção.
Não sei. Não imaginei que fosse em minha vida uma grande sensação.


Quando aos seus amigos apresentou-me
até engraçado foi, fui até caricaturado.
Era você, eles, eu
relacionando-se bem, mas que por vezes
esse seu jeito grosso, esse seu jeito torto, irritava-me.
Era tudo maravilhoso, quase não acreditava,
e como não poderia fugir à regra
tudo que é bom um dia acaba.
(As cortinas ainda balançam)
Sinceridade pra você faltou. Pra mim moderação.


Lembranças, lembranças...
De quando estávamos juntos
mesmo estando “distante”, mas estava em mim.
Lembranças, lembranças...
De tantos pensamentos mudos
que nem ao menos cogitou que eu pudesse ter.
(Como seria bom se parassem)


E todas as pequenas coisas que fizemos
como os carinhos que por vezes eram recíprocos,
as brigas e discussões, sérias, bobas
os meus e os seus péssimos equívocos,
todas essas pequenas coisas não perder-se-ão;
algumas magoam-me ainda, dói ter certa sensação.
Mas vai passar... Liberte-me.
Isto é o fim?
(Parecem ter tanta vida ao balançar)


Deitado agora e vendo as nuvens lá fora
recordo do que sentia quando tinha que ir embora,
que não entendia “como podia estar assim”
um completo bobo, louco, feliz. Enfim:
acreditava que era o meu amor.
Sei que meu foi apenas por um tempo
ainda era de outro, pensava em outro
(É. Pensa.)
e isso doeu muito, dói ter certa sensação.
Podemos ser amigos então?
(Não sei o que fazer com essas cortinas)


Lembranças, lembranças...
De quando estávamos juntos
mesmo estando “perto”, não estava em mim.
Lembranças, lembranças...
De tantos pensamentos mudos
que nem ao menos cogitou que eu pudesse ter.
(Como seria bom se parassem)


E todas as pequenas coisas que fizemos
como os carinhos que por vezes eram recíprocos,
as brigas e discussões, sérias, bobas
os meus e os seus péssimos equívocos,
todas essas pequenas coisas não perder-se-ão;
algumas magoam-me ainda, dói ter certa sensação.
Mas vai passar... Liberte-me.
Isto é o fim?
(Parecem ter tanta vida ao balançar)






Imagem:
Criação: Marc Chagall.

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